Em Onanai, Valdomiro Martins conduz o leitor por uma travessia intensa e visceral por um Brasil profundo, onde a violência histórica ainda reverbera nos corpos e nas paisagens. A narrativa se desenrola entre o silêncio das estâncias e o clamor das memórias ancestrais, revelando um território marcado por contrastes: o frio que paralisa, o calor que marca, a beleza que encobre o horror. Entidades, orixás e fantasmas do passado se entrelaçam num tempo em que a justiça é lenta, mas as feridas são urgentes. Com linguagem potente e sensível, Martins entrega uma obra que é ao mesmo tempo denúncia, ritual e espelho — um livro que não apenas se lê, mas se sente na pele.